Do amor e das senhoras honestas
Antes que morra o encanto,
ainda vou encontrar bordado
meu poema num pano de prato,
de uma senhora respeitável.
E ela nem suspeitará
que ele nasceu da morfina,
virou a noite como um cão vadio,
ou fez sexo promíscuo e de baixo custo.
Meu poema será levado à mesa
enquanto todos têm fome.
E mesmo que escondido,
todos gostem do perverso,
sorrirão civilizados,
ansiosos pela hora
de colocarem as roupas de couro.
Meu poema de amor pra você,
tem cheiro de assado de mulher honesta e chicote.