Riacho Sereno

Quero começar o ano resgatando as minhas origens e minha alegria

A chuva cai lá fora de maneira interrupta e fria

Lembrei de você dizendo que nunca se apaixonaria por uma bóia fria

Mais a vida é uma constante mutação

Ser o dono do mundo não é garantia de ser nem dono do própio coração

Podemos esconder tudo até os sentimentos

Mais o sol sempre volta a brilhar após um dia cinzento

Nenhuma cifra do mundo compra a paz de espírito que sentimos por dentro

O passado não volta nunca mais

Meu lugar é junto a meus pais aqui na pequena Batatais

Tenho muitos ideais mais ser feliz é minha filosofia

Dividir com os outros o pouco que tenho e ainda me emocionar com a poesia

Eu já fiquei envergonhada um dia por ter calos nas mãos e de ser uma bóia fria

Até que entendi que viver é evoluir a cada dia com esperança e alegria

Quando eu me sujo de terra em meio a plantação de feijão

Mais que produzir o alimento eu extermino a miséria da aridez de um coração

Eu nunca poderia chamar de meu amor

Um homem que diante de uma mesa farta não sabe dar valor

Meus seios jamais iriam de encontro ao peito seu

Não entregaria a um egoísta a escultura de minha alma talhada pelas mãos de Deus

Depois de uma tempestade as nuvens se abrem e revelam o azul do céu

O ano começa com o amor e o romantismo empregnado e transpirando na pele de Raquel

Sei que o dinheiro pode aparentemente tornar quente uma cama fria

Preenche-se um espaço e ela não parece mais tão vazia

Mais é preciso mais para se ter magia

Sonho com um amor que comigo semeie o carinho e docilidade todo dia

Acordar e ganhar um lindo sorriso de bom dia

Ouvir eu te amo e fazer amor sem segredos

Se perder nos meus cabelos e de ser muito feliz não ter medo

Sentir o peito se rasgando de paixão

Como a semente que rompe a terra e visçosa se esparrama no chão

Beber as gotas de suor do meu corpo moreno

Como se estivesse morrendo de sede diante de um riacho sereno

Ser capaz de perceber na minha pele o mínimo arrepio

Se fazendo meu cobertor e me protegendo de tão temido frio

Ir trabalhar e mesmo muito ocupado ainda ficar sonhando acordado no meio do dia

Na cama, na terra tombada ou no celeiro tudo tem sua própia magia

Ser romântica é minha sina e minha poesia

Seu travesseiro são os braços da menina , da mulher e da bóia fria

O amor é a única chama que me consome

Portanto bem vindo a 2011...

Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 03/01/2011
Reeditado em 03/01/2011
Código do texto: T2706498