PROCURA
Quando o primeiro sol nasceu,
Eu era um só,
Seguro de habitar o limbo
Na razão e no amor.
Felicidade plena,
Poder olhar pa si oculto no espelho.
Retornava a mim meus pecados
E a mim vieram as respostas.
Procurava a dor por não sabê-la
Tão íntima do vazio ao meu lado,
Lutava contra o óbvio e o enfado
Até que me surgiu a idéia de ir aos deuses,
Buscá-los,para igual confrontá-los.
Escalei o espírito até a alma
E lá estava o alfa e o ômega,
Eleitos na inscrição da espada:
"Vides ad te!" Verbo que separa,
Para longe o eu do oriente,
O ocidente agora conhecido,
E nunca mais a paz de estar amando.
No desejo há falta,esclarecido,
O amor se fez ave rara
Que pousa nos olhos mas foge se a aponto,
Sem saber que ao céu estamos unidos.
Desde então procuro em toda parte,
Em cada espelho,em cada alva,
Minha outra metade da alma.