INVENTOR
Foi de propósito
Rasguei-lhe as roupas
Joguei-a na cama (ainda descoberta)
Desfiz minhas culpas
De janelas abertas.
Foi de propósito
Beijei-lhe o pescoço
Quebrei-lhe o cordão (não era de ouro)
E quase por pouco
Não fomos besouros.
Foi de propósito
as luzes apagadas
O vinho barato (do boteco da esquina)
O chão sem almofadas
E o cigarro na escrivaninha.
Foi de propósito
O relógio "condor" parado
As flores murchas (de um jardim roubadas)
A música do passado
A comida insossa e queimada.
Foi de propósito
Por tão puro amor
Amei-lhe diferente (sujeito demente)
Porque precisamos sem dor
Todos os dias reinventar o amor.
Edd Wilson