Renascer do Amor
Restou o cheiro no ar do perfume, do amor.
As velas desfiguradas, um cálice pleno de dor.
Restou o espelho embaçado fruto de seu calor.
Uma marca de baton, muitas do desamor.
Restou um leito frio, a cama desarrumada.
Duas taças vazias que enfeitam a noite calada
Restou a dor do adeus, saudade amargurada.
Vidas loucas dispersadas, nada mais tem o valor.
Restou a vida que é vida, ainda que não vivida.
Passos, compassos, trapaças, ecos perdidos.
Restou um fio de esperança capaz de trazer o viver.
O perfume esquecido, as velas descartadas
Espelho reluzente, taças desnecessárias.
Uma cama harmonizada, no compasso da esperança.
Uma vida que renasce, fruto do resto dos restos.
Mas que guarda em seu peito, algo do amor que fica
Acordada alma menina, em busca de um novo dia,
Da vida que agora recicla.