O PRAZER DA POESIA

Escrever é deixar o sentimento

correr solto pelas pontas dos dedos

Chego a salivar quando vejo

que o espaço vazio vai sendo preenchido

É como o barulho que acorda o silêncio,

como o vento que refresca uma noite de verão,

é como a lembrança da imagem do teu corpo nú,

como o sabor inigualável dos seus doces beijos.

Escrevo sobre certezas e incertezas.

Escrevo sobre um passado que insiste em ser presente.

Escrevo sobre o que não vejo, escrevo sobre o futuro.

Muitas vezes sou o que escrevo,

outras vezes o que escrevo sou eu.

Palavras, frases, rimas

textos fora de contexto

uma parte de mim vai se precipitando

e quando olho, lá estou eu.

Feito um espelho, vejo todos os meus temores,

meus receios, meus desejo e anseios.

Vejo o quanto sou imperfeito,

e as vezes me acho insolente

por tentar ser um poeta,

ainda que amador.

Escrever é como o gozo da mente,

não apenas uma masturbação,

um ato solitário e frio.

Quando escrevo estou sempre acompanhado

e se engana que penso na minha solidão.

Minha parceira inseparável é a inspiração,

e nos últimos anos eu me despi dos meus sentimentos

deixando letras e sílabas pelos cantos,

tal como nossas roupas ficavam espalhadas pelo chão.

E a cada comentário, a cada agradecimento seu,

o tom de sua voz me faz ter um orgasmo supremo,

tal qual eram os nossos momentos de intenso prazer, amor e tesão.

Enfim, escrevo pra me sentir vivo.

E enquanto estiver vivo,

quero expressar o que sinto

em prosas e versos.

Deep Blue
Enviado por Deep Blue em 30/12/2010
Código do texto: T2699850
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