SEDUÇÃO

S E D U Ç Ã O

Otacilio Alcantara

Na abstracidade da sua existência,

É sensual e instigante a sua ocorrência.

Perceber, é o que se pode, a sua evidência.

Tem feminilidade, candura e muita fulgência.

É fruto do ardor e do ser,

Fluido requintado a transparecer.

É uma pétala especial que encanta,

No espargir de uma orvalhada flor que brilhanta.

Seu magnetismo é único e profundo;

Talvez oriundo das profundezas da alma.

Porém, seu poder move mundos,

Com sutilezas que a excitação inflama.

Emocionante e indizível, é a sua expressão,

Quem, com ela em gestos, o ser alcança,

No embevecer, descompassando o coração,

Com amálgamas inflamantes da atração e da "querança".

É a boca fastuosa que em momiças, concebe,

Com detalhes que nem se explica.

São partículas que só o âmago percebe,

Em grandezas que o desejo, insano, justifica.

São os olhares impávidos, em lances que magnifica,

Numa resplandescência que vai do olhar, além.

É uma expressividade hercúlia que dignifica.

Aonde só o fulgor dimensiona o calor que tem.

Os cabelos magistrais, loiros e esvoaçados, dizendo,

Em luminosidades reluzentes, mostrando.

São palavras não proferidas, concessões fazendo,

O que no ego flui, se mostrando.

Seduzir, é a arte inconsciente da sedução;

Atrair, é na sua incumbência, nobreza de missão.

Deixar-se conquistar, é dela ardilosa perfeição,

No amar, que ela induz, como objetivação.

Sem ela, o belo não tem encantos;

Com ela, o que é, não tem quanto;

São dela, a nascença dos amores e prantos;

Pois, é ela, uma fortaleza em forma de acalanto.

A mulher, é nela a mestra e a materialidade,

Com dotes e protuberâncias, insignes e imponentes.

São atributos de encantadoras suntuosidades,

Embelezando uma atração insinuante e ardente.

Ah! como é gostosa a emoção que provem dela!

É pressentir-se um escolhido e um privilegiado.

É distinção e sabor de inebiante significado,

Tem lindezas de aura contagiante, que nela se revela.

É um alibi tangente que se vê e sente.

Do conjunto, um delicado e sublime ingrediente.

É do todo, na mulher, tão nitido e emergente,

Que, ingente, impregna no querer da gente.

Por mais que a sedução exista,

Passar-lhe a mão, como, não há. Impossivel!

É sensibilidade pujante, de pura conquista,

Que, na latencidade do almejar, é poderosa e tão visivel.

Onassis
Enviado por Onassis em 21/10/2006
Código do texto: T269855