NEBLINA
NEBLINA
Vi-me numa selva sem escudo.
Sua desligada, ida repentina,
Jogou-me em fumaça de neblina.
Senti que o mundo ficara mudo...
Seus olhos com luz de lamparina,
Distribuía raios nas manhãs de neblina.
O seu perfume roçava a minha narina.
O seu corpo se perdia na minha retina.
Minha alma se aquecia em seu véu.
Com os olhos eu consumia o seu riso:
Em plena terra eu habitava o paraíso.
Você inteira transformava-se em céu.
Você se fazia primavera sem ter uma flor.
Fazia-se dançante sem ter uma melodia
E nos pequenos gestos, causava minha alegria.
No coquetel de sua boca me cedia seu licor...
Amor, eu dormi em cama de saudade.
Em vôo, o meu pensamento te procurou.
Em desespero, chorei pela felicidade:
O tempo, à neblina sugou... Você voltou!
Benjamines