DIVAGANDO

Meu amor, a saudade é tanta

Que dentro do peito se agiganta

Uma agonia atróz.

solitário no meu mundo

Neste silêncio profundo,

Parece-me ouvir tua vóz.

Do meu peito, só lamentos

E a tua vóz em acalento,

Vem me acalmar.

Vejo-me então na praia calma

Onde a onda se espalma,

Teus meigos pés vindo beijar.

Recordando teu semblante

Em miragens vejo adiante,

Teu vulto lindo sôbre o mar.

Tento alcançá-la, não consigo

Desperto e vejo para meu castigo,

Que estou a divagar.

A realidade é cruel

Tem o gosto amargo de fel,

Sorvo-a até o fim.

Pois sei que neste momento

Também estás em pensamento,

Chorando seu amor por mim.

Ademar de Paula
Enviado por Ademar de Paula em 28/12/2010
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