DIVAGANDO
Meu amor, a saudade é tanta
Que dentro do peito se agiganta
Uma agonia atróz.
solitário no meu mundo
Neste silêncio profundo,
Parece-me ouvir tua vóz.
Do meu peito, só lamentos
E a tua vóz em acalento,
Vem me acalmar.
Vejo-me então na praia calma
Onde a onda se espalma,
Teus meigos pés vindo beijar.
Recordando teu semblante
Em miragens vejo adiante,
Teu vulto lindo sôbre o mar.
Tento alcançá-la, não consigo
Desperto e vejo para meu castigo,
Que estou a divagar.
A realidade é cruel
Tem o gosto amargo de fel,
Sorvo-a até o fim.
Pois sei que neste momento
Também estás em pensamento,
Chorando seu amor por mim.