A AVE O LAMPEJO
Ao tocar o tempo:
vejo uma ave – uma ave
uma ave e um lampejo
que surge da tempestade
e se segura nos resquícios fabricados do algodão
que se instala na minha roupa engomada
diante da boca escarlate
diante da pele engolida – o beijo arde
(o beijo é prenhe) – e se agarra ao relógio
do extremo prédio
um desejo
um desatino
uma ternura
farol aceso na esquadria
geométrica gravura
Ao tocar o tempo:
vejo uma ave – uma ave
uma ave e um lampejo
que surge da tempestade
e se segura nos resquícios fabricados do algodão
que se instala na minha roupa engomada
diante da boca escarlate
diante da pele engolida – o beijo arde
(o beijo é prenhe) – e se agarra ao relógio
do extremo prédio
um desejo
um desatino
uma ternura
farol aceso na esquadria
geométrica gravura