MOMENTO SUBLIME
Ao longe, a cidade
A lua a nos vigiar
E a luz das estrelas
Do céu e do nosso olhar
Toda claridade
Iluminando nosso caminho
Para o amor maior
Resplandecente de carinho
E, ao cantar de grilos
Pios e assovios da mata
O toque das mãos
Derramando cascatas
Os beijos doces
Molhados de sereno
Regando nossa pele
Plantadas com semente de avidez
Onde, antes, era chão
Cheio de fel e frio veneno
E as cordas do coração
Tocando acordes de violino
Nossos pés tocando o pó do chão
E a alma voando ao infinito
O mundo parece só nosso
Esquecemos de tudo e de todos
Até de mim e de você
Esquecemos da razão e das palavras
Sobram sussurros e gemidos
Sopra a respiração
Preenchendo nosso vazio
E na estrada por onde passa
Nosso palpitante prazer
Tem uma árvore seca
Porém, é com a chuva de verão
Que está brotando no coração
A semente do nosso querer
Janete do Carmo
261210