Nas horas sombrias
Nas horas sombrias, quando o véu da
noite sutilmente cai por sobre a cidade,
e os olhos vertem lágrimas de saudade,
penso em ti e no que já fomos.
Sim, já fomos.
Passado que o tempo esconde
nas dobras da página do velho
diário, nas estrelinhas
do sentimento partido,
não mais repartido.
Bandeira compôs “A cinza
das horas”, Calcanhotto musicou
um verso e cá, a Poetisa
esquecida da rosa vermelha,
quiça rosa dos ventos,
escreve sobre as horas sombrias.
Versos?
Poemas?
Não.
Apenas o resquício de uma
doce lembrança bebida
na taça do esquecimento.