Ensaio
E o ritual cinzela o premeditado
E o sabonete lava a culpa,o pecado
Escondendo o ato,o crime sem saber
Que escorre impune o corpo de delito
Esculpindo o gesto,a hora,o grito
De um morrer de amor,de êxtase,de prazer.
E o espelho nega qualquer integridade
Sobre a pele impúdica,nua,ir-refletida
E revela a face oculta da metade
Encerrando o quarto,o beijo e a vida.
E não me chamem Inês,Godiva enlouquecida
Apenas eu ensaio o leito consumado
O toque,o olhar,a voz estremecida
A explosão e a paz que traz o meu amado.