Ensaio

E o ritual cinzela o premeditado

E o sabonete lava a culpa,o pecado

Escondendo o ato,o crime sem saber

Que escorre impune o corpo de delito

Esculpindo o gesto,a hora,o grito

De um morrer de amor,de êxtase,de prazer.

E o espelho nega qualquer integridade

Sobre a pele impúdica,nua,ir-refletida

E revela a face oculta da metade

Encerrando o quarto,o beijo e a vida.

E não me chamem Inês,Godiva enlouquecida

Apenas eu ensaio o leito consumado

O toque,o olhar,a voz estremecida

A explosão e a paz que traz o meu amado.

Quitéria Régia
Enviado por Quitéria Régia em 25/12/2010
Código do texto: T2690772
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