Plumas

Basta para o meu sossego , que eu te tenha por aqui

E ao meu sonho inacabado , onde eu buscava ser melhor …

Falta somente um toque teu , quem sabe um afago

Bastam os olhares se cruzando , num calor , em dois , igual

Tuas palavras , como plumas , me viciando em te ouvir

Numa leveza infinita , ouço bem … falo pouco

Dentre as forças famintas por meu bem …

Estão tuas folhas louras , numa luz que esquenta , e abraça

Sem malícia , alusão à paixão … querer

Tão linda …

Eu tenho medo de não te ter pra conversar , um dia

Ou não te conhecer , me desprender do fascínio

Mas arrisco mesmo assim

Basta que , com o carinho de sempre , sempre me encontres …

Perdido em mim mesmo , cansado , chateado com o mundo ...

E me transporte do soluço ao encanto

Vamos transgredir juntos a ideia de fim

Excluiremos dos nossos dias , os momentos de desgaste

Dois loucos , atrevidos o bastante …

Para propor ao mundo que nos deixe em paz

Fazemos parte de um todo , mas o tudo …

É a parte que mais importa

Morreremos às 10 da manhã

Nasceremos às 11 , numa mesma manhã inesquecível

Assim sendo , eu te afirmo … ordenado , e inevitavelmente

Que renasço nos teus beijos …

Ou quando acordamos juntos , mesmo quando um primeiro que o outro

Façamos voz aos nossos instintos

Sempre apoiados aos nossos sentimentos

Na certeza que , se não for assim tão doce quanto pensamos …

Há de ser um sabor bem melhor do que esperávamos .

Daniel Sena Pires - Plumas (25/11/2010)