Lá vem de novo.

Lá vem de novo.

Posso ouvi-lo,

correndo sorrateiro,

de pés descalços.

Olhos brilhando,

Cabelos em chama.

Vem em minha direção

Sorriso ironico escrachado.

Como se pensasse em me pregar uma peça,

Outra vez.

Sussura pra mim,

Me encanta,

Me embala,

Me diz palavras doces.

Corro, fujo,

Penso se compro flores

Ou curativos.

Penso se as flores não trarão novamente

Cheiro de morte.

Penso de novo, se teria sorte.

Me toca com mãos quentes

Beija-me com lábios ardentes

Me envenena,

Me corrói,

Tenta outra vez me deixar doente.

Estou fugindo há tempos

Deixando para trás

Um rastro de perfume doce

Mas não me siga

Não me queira

Não me busque

Não abuse

Desse coração aberto

Desse amor deserto

Que encontras em mim.

Deixe-me ir,

Sem lesões

Sem perdões

Sem lágrimas.

Vá. Sorria para quem ti quer

Sou apenas menina, logo veja

Me deixe, não sou mulher.

Afaste mim esse corpo que quero tanto

Esse coração a pulsar sob meu seio,

Afasta-te que tenho receio.

Deixe-me em paz Amor cruel

Que em tua mão já fui escrava e já fui réu.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 23/12/2010
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