Prometa!

Estranho

Meu arrimo passou a ser o teu ombro

Tão distante

Mas tão pulsante

Sinto-o quando deito minha cabeça

Sobre ele

Num imaginário sem fim

Como se o fim estivesse próximo

Tóxico

Balanço a cabeça e o teu ombro

Acompanha

Porque sabe que uma vida

Surreal não é normal

E é preciso ser tolerante

Com uma realidade

Que traz felicidade

Mas não pode e não deve

Arrancar a nossa privacidade

Do teu ombro extremo

Abrigando a minha cabeça

Confusa

Tento entender

Até que ponto tudo isto

Não me fará sofrer

Quero viver cada minuto

Como se fosse único

Mas não quero sofrer

Porque sei o que é morrer

Faça com que eu seja prá você

Alguém importante

Que te acompanhe nas lutas

Que te abra os caminhos

Ajude a construir o teu ninho

Mas sem paixão

Porque detesto solidão

Prometa!

(18/12/2010)

Rosalva
Enviado por Rosalva em 22/12/2010
Código do texto: T2686511