Enaltecendo o encanto
Um dia indagou-me um anjo, ao fragor dum devaneio
Em que minh’alma, em um anseio febril, palpitava
Em que um sonho distava não muito além de um sorriso
E se vislumbrava o paraíso lá onde um verso adejava:
- O que é o encanto, me defina!
O que é essa luz que se destina a nortear a alma enamorada
À doce e feliz morada dos anjos, seu destino
De brilho inolvidável e cristalino e afagante
E tem tal fragrante recendência dum afeto peregrino?
- Não sei definir, meu anjo, não tenho a afagante certeza!
Só sei que o encanto coteja à luz que dimana do afeto
E dum poema completo é uma estrofe perfeita
É nele que se deleita a alma ... de um poeta discreto!