PARECE QUE É O FIM

Como se fossem brumas,

ondas furiosas, abismos gigantes,

tempestades oceânicas,

o lamento dos recônditos.

Do sorriso mais lúbrico

ao esgar incompreensível,

da carícia mais ousada

ao repúdio inesperado.

E então, silêncio, mutismo,

um disparo brusco na alegria,

forte punhalada no êxtase,

um soco violento no amor.

Tudo repentino, mas firme

e sem volta, nenhum retorno,

vencendo o dissolúvel mortal,

o quase-adeus nunca pensado.

A floresta transformou-se em deserto,

o rio caudaloso esmirrou, seco,

as nuvens brancas empreteceram,

o amor amofinou melancólico.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 21/12/2010
Código do texto: T2684233
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