PARECE QUE É O FIM
Como se fossem brumas,
ondas furiosas, abismos gigantes,
tempestades oceânicas,
o lamento dos recônditos.
Do sorriso mais lúbrico
ao esgar incompreensível,
da carícia mais ousada
ao repúdio inesperado.
E então, silêncio, mutismo,
um disparo brusco na alegria,
forte punhalada no êxtase,
um soco violento no amor.
Tudo repentino, mas firme
e sem volta, nenhum retorno,
vencendo o dissolúvel mortal,
o quase-adeus nunca pensado.
A floresta transformou-se em deserto,
o rio caudaloso esmirrou, seco,
as nuvens brancas empreteceram,
o amor amofinou melancólico.