Um Certo Quê de Eternidade…
Fragmentos perdidos de nós no tempo
Que ecoam
E se encontram
Numa frase devoluta
Que dissemos sem pensar
Numa música
Que por ter sido ouvida a dois
Fez parte
Da nossa forma de amar…
Que se desencontrou
Numa bifurcação afectiva
Onde em vez de juntos
Nos separámos
Para curar
Diferentes feridas…
Causadas por outras pessoas
Que não nós
A nossa unidade poderia ter sido a tal cura
Mas cegos pela tal dor
Preferimos
Curá-la a sós…
E assim continuámos
Assim continuamos
Amando
Indo ao céu
E voltando a cair
Esquecendo
Ou procurando esquecer
Que aquele encontro
Que nos uniu
Poderia ter sido a solução
Para o que nos mata por dentro
Poderia ter sido a solução
Dos mistérios sem cor
Da nossa aflição existencial
Porque para uma espécie de fé
Nunca será demasiado tarde
Nos encontrámo-la
E cristalizámo-la numa frase:
Um Certo Quê de Eternidade…