O SILÊNCIO DOS QUE GRITAM
O SILÊNCIO DOS QUE GRITAM
A mim a solidão representa a liberdade
Liberdade que não encontro diante a multidão,
Aos risos, gritos e gestos,
As formas humanas em movimento.
Encontro-a somente em meio a calada da noite,
Quando todos os corpos se deitam
E o silêncio reina em meio aos sonhos.
Estranha liberdade,
Que me faz viver
Sou livre porque não há quem me prender
Todos estão envolvidos pelas nuvens do sono.
Enquanto eu,
Eu!
Me encontro de olhos abertos,
Rindo, escrevendo, pensando, vivendo.
Não existem julgamentos, condenações,
Só há meu rosto sorrindo,
Apenas um corpo solitário de alma alegre,
Realizada, pois está livre.
São apenas algumas horas de liberdade,
Mas que estão ali, existem!
Talvez não seja a liberdade verdadeira a todos,
Porém, para mim é muito mais que isto.
Pois a sociedade que me segura,
Que retém minhas expressões,
Aprisionando-me dentro de minhas próprias entranhas,
Não está mais ali, desapareceu.
Por isso estou livre.
Livre para olhar as estrelas e sorrir,
Admirar a lua e desejar,
Para abrir os olhos e viver com a liberdade no coração.
E em meio aos raios da tristeza,
E ao silêncio da alegria,
Me sinto livre,
Completamente liberta.