O LOBO E A PORTA (Ironias da Carne)

Posso?

"Não posso!"

Eu pego, abro, mordo

E não como.

Mastigo... como uma vaca

Rumino...

Mas acabo cuspindo tudo outra vez.

Minha boca saliva de uma sede lasciva

Pela água de um copo ímpar...

"Será que te encontro?"

Fonte de todos os meus desejos!

Talvez "outro" tenha agora... a sorte dos teus beijos

Mas nesse azar eu me nego a pensar.

"Como um banquete Francês servido a selvagens"

Você tem esse "hábito"

De se dedicar a quem não a sabe apreciar

E talvez um dia eu me cansei. De toda essa cordialidade

...Dos meus bons modos

E de todo o "resto"....

"Talvez a solução seja te sequestrar"

Sigo pequenos lampejos...

Meus pensamentos vão onde não quero estar

Mesmo que seja, a madeira, força imposta

Divisora de elos

Não é uma porta o que me impede

(...Mesmo que eu tivesse dinamite)

"Outros detalhes" me impedem de arrombar

Estou farto de joguetes

Parcimônias e cerimônia

"Voltas desnecessárias no caminho de quem nunca soube esperar"

Você me diz "sim"

Mesmo quando me diz "não"

Talvez seja verdade...

Ou apenas... a mente manipulando as ideias

Para que os ouvidos tenham a "única" resposta que querem escutar

Você acha graça e brinca comigo

Talvez seja por gosto

Talvez pense não haver perigo

Mas quando muito se procura

A surpresa vem nos encontrar

"Os loucos não se arrependem nem pensam

Porque pouco podem fazer

Apenas seguem as vontades que não podem deter"

"Visto a carapuça" e ela me serve tão bem

Como a culpa do orgulho que se tem.

http://poesiasetilicas.blogspot.com/

Otávio Otto
Enviado por Otávio Otto em 18/12/2010
Reeditado em 18/01/2023
Código do texto: T2679485
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