noite, uma virada
 
 
 
 
 
De dia sou um maldito
Destruidor de casas
Dou marretadas
Derrubo as pilastras
Não me incluo
Nas simplicidades
Sou o mais grotesco
Destrato as janelas
Que um dia das amadas
Suor, puro suor
Roupas toda rasgada
Beleza esta distante
Meu mundo é imundo
Mãos grossas e sujas
Sou do desmanches de casas
Chega as dezoito horas
Sumo, vou para casa
Entro pelos fundos
Na sala minha amada
Sob o chuveiro
Um sabonete vermelho
Meia hora de banho
Novo cheiro que agrada
Um outro homem
seu amor
Cabelos para traz molhados
Chego na sala pontas dos pés
A boca beija a boca
No colo a mulher amada
Um sofá para três
Duas partes vazias
Coladinhos em um canto
Um filme que acaba
O quarto que nos chama
Na cama se derrama
As roupas são do chão
As peles são das mãos
E terra gira torta
O tempo que se perde
A musica esta no fundo
Estamos dentro adentro
Vida a noite uma virada.