SABIÁ-LARANJEIRA.
Ouvi teu canto trigueiro.
Que embalou meu sono.
Na madrugada afora.
Não, porque dormia.
Nem, porque te via.
Mas, porque te ouvia.
Era um chamado sutil.
Ao mesmo tempo viril.
Clamando por sua amada.
Que desapareceu na madrugada.
Ouvi o tom que chamava:
Onde construiu seu ninho?
Terno passarinho!
E, continuava, chorando:
Será que se escondes de mim?
Que fiz eu pra sumir assim?
Eu você quer meu fim?
Volta minha donzela.
Vem pra perto.
Ouvir meu canto.
Quero você aqui agora.
Pra orquestrar minha seresta.
Vem alegrar minha festa.
Pra acordar mais gente.
Neste descerrar da noite.
Saudando o novo dia.
Aumentando minha alegria.