Dolo
Sem sono... Olhos cravados num horizonte inexistente...
Com a razão impacientando-me e ferindo-me o íntimo,
Silenciando n’uma lágrima secreta
Passagens imperdoáveis...
Quisera ter o dom de não ter cobiçado pelo seu corpo colado ao meu, numa convulsa dança insolente.
Sentimentos latentes à tona
E então, sinto sua boca colada à minha... Como se longe, jamais estivesse.
Nosso silêncio grita em ecos mudos
Todo o meu eu imerge em instantes... Odores... Sabores
Inolvidáveis!
Jamais poderia atinar que o coração estaria contuso depois de saciado o desejo...
O choro torna-se convulsivo, o dolo corrói o coração e, em silêncio, me penitencio pelo seu olhar que me emerge à superfície...