Dolo

Sem sono... Olhos cravados num horizonte inexistente...

Com a razão impacientando-me e ferindo-me o íntimo,

Silenciando n’uma lágrima secreta

Passagens imperdoáveis...

Quisera ter o dom de não ter cobiçado pelo seu corpo colado ao meu, numa convulsa dança insolente.

Sentimentos latentes à tona

E então, sinto sua boca colada à minha... Como se longe, jamais estivesse.

Nosso silêncio grita em ecos mudos

Todo o meu eu imerge em instantes... Odores... Sabores

Inolvidáveis!

Jamais poderia atinar que o coração estaria contuso depois de saciado o desejo...

O choro torna-se convulsivo, o dolo corrói o coração e, em silêncio, me penitencio pelo seu olhar que me emerge à superfície...

Letícia Cesario
Enviado por Letícia Cesario em 16/12/2010
Código do texto: T2674445
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