CANTO AO MAR, DE DENTRO
Esvai-se o véu sonoro
cantando em chamas
ao silêncio lúgubre do farol
mantras em mantas de hissopo
purificando as doridas claves d’alma
restos de alvorada
para uma legião de tensas procelas
dissolvem-se as borrascas
ante a força de um pensamento
mas elas retornam em laminas
e cimitarras famintas
há volatilidade nos mares de dentro
quando os sonhos porejam o amor
quando n’alma
rochedos suplicam tuas cores,
suaves marés
sem volta
versos soprando quimeras
em conchas pulsantes, escarlates
colchéias vazias em litorais abandonados
tua voz , cantinela de riachos
sumindo em asas de areia
a imagem do teu sorriso
brinca no balanço das vagas
impresso na vastidão do mar,
irrequieto mar
intenso mar
triste mar,
de dentro.
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