DO VASTO PARA O NADA
As oscilantes luzes,
que mais parecem cruzes,
fincadas no penhasco.
As constantes crises,
somadas aos deslizes,
nos confirmam o fiasco.
As disformes criaturas,
que habitam a procura
pelo vasto universo.
As complicadas frases,
todas elas incapazes
de resumir um verso.
As vigilantes feras,
dos sonhos e das quimeras,
podem nos assustar.
A funesta hora
que tanto nos apavora,
sem dia nem lugar.
As derradeiras filas,
daquele que se exila
por tantos países.
As assombradas vias,
das tristezas e das alegrias
de quem somos todos juizes.