PORTO DE PARTIDA
 
Olhei para trás e vi apenas
um lenço branco que acenava
enquanto lentamente eu me distanciava.
Sob o crepúsculo via o lenço ficando distante
e o caminho tão pequeno que já percorrera
parecia uma imensidão.
A noite chegou. Não vi mais aquele lenço,
aquela mão que acenava enquanto eu partia.
Provavelmente copiosas lágrimas rolaram
pela face dela enquanto eu sumia
na imensidão silenciosa do mar.
Olhei a noite, olhei a lua, as estrelas,
meus olhos estavam marejados e tristes,
e a recordação do que ficou para trás.
Recolhi-me ao alojamento apertado
recheado de companheiros que como eu
choramingavam tristes por algum amor que ficou.
O navio navegava silencioso e indolente
afastando-me cada vez mais
daqueles olhos belos, daquele sorriso lindo
que um dia conheci ao sol e ao vento,
e agora não passa de lembrança.
Cansado entreguei-me ao sono,
na esperança de ao menos poder sonhar
com aquele amor que o tempo me deu
e que agora me impede de amar.
 
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Cônsul Poetas del Mundo – Niterói – RJ 
Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 14/12/2010
Código do texto: T2670875
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