“Manual do Amor”
(Luiz Henrique)
Ah! Que bom se o amor
Tivesse receita e prescrição
Ou como som e televisor
Cartilha e manual de instrução
Ah! Que bom se o amor
Tivesse norma de operação
E a todos os amantes pudesse impor
Regras técnicas básicas de especificação
Ah! Que bom se o amor
Se submetesse a uma legislação
E que se aplicasse com rigor
As pertinentes penalidades por infração
Ah! Que bom se o amor
Se encontrasse sob comercialização
Ou criado por um inventor
A um preço acessível a toda população
Ah! Que bom se o amor
Fosse um aparelho de precisão
Funcionasse como motor
Regulado na medida: admissão e combustão
Ah! Que ruim se o amor
Se enquadrasse em qualquer anterior situação
Não imprimiria à vida valor
Porque não seria concebido ou nutrido pelo coração
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