ÚLTIMO POEMA
Este papel, estas palavras escritas
Pelas mãos de uma mão só
Talvez não te digam nada
Não valem dinheiro
Não servem para guardar
Só servem para sonhos.
Dizem muito de mim
Dizem tudo de nós
Mas nada dirão
Se não forem sentidas
Com a profundidade
Com que foram escritas
Se, assim não forem sentidas
Ao serem lidas
Serão, apenas, um amontoado
De palavras sem conteúdo
Sem nexo, sem nada.
Quem sabe, este seja
O último poema onde
A tua imagem seja percebida?
Esta pode ser a última vez
Em que inspires meu verso
E a minha vida
Guarda-o ou rasga-o
Depois que o lês...
Morrerás em mim
Me farei de esquecida
Não tornarei a escrever de ti
Ou falar das lembranças
Mais queridas.
Escrevo o último adeus
Que te dou
Terminando essa imensa
Trajetória
Que o destino
Para nós, determinou.
Daqui pra frente
Seguirei sozinha
E nunca mais me encontrarás
Na tua história
E eu cuidarei
De ti tirar da minha