ÚLTIMO POEMA

Este papel, estas palavras escritas

Pelas mãos de uma mão só

Talvez não te digam nada

Não valem dinheiro

Não servem para guardar

Só servem para sonhos.

Dizem muito de mim

Dizem tudo de nós

Mas nada dirão

Se não forem sentidas

Com a profundidade

Com que foram escritas

Se, assim não forem sentidas

Ao serem lidas

Serão, apenas, um amontoado

De palavras sem conteúdo

Sem nexo, sem nada.

Quem sabe, este seja

O último poema onde

A tua imagem seja percebida?

Esta pode ser a última vez

Em que inspires meu verso

E a minha vida

Guarda-o ou rasga-o

Depois que o lês...

Morrerás em mim

Me farei de esquecida

Não tornarei a escrever de ti

Ou falar das lembranças

Mais queridas.

Escrevo o último adeus

Que te dou

Terminando essa imensa

Trajetória

Que o destino

Para nós, determinou.

Daqui pra frente

Seguirei sozinha

E nunca mais me encontrarás

Na tua história

E eu cuidarei

De ti tirar da minha

Marsoalex
Enviado por Marsoalex em 14/12/2010
Reeditado em 14/12/2010
Código do texto: T2670542