DIAS DE JULHO

“DIAS DE JULHO”

Os dias chegam lentamente

Tão meigos como a luz de tuas lentes

Cítricos,

Pudins de leite

Cor amarela

É dela todo o meu medo

Medo de agradá-la,

Medo de desagradá-la

Ala do meu cérebro que nunca se distraí

Hei de saber um dia

O que sincroniza tua vida

E aguardá-la em seu tempo

Passaram-se os dias de julho

E eu os iludo para que perdurem

Por mais outros julhos,

Eu juro!

Uso das manhãs indubitavelmente ensolaradas

De um inverno tão desnudo

Despido de frio

Denso e macio como a um veludo

Para que reveja todos os anos

E os torne quentes

USSOU TSUKKY

Mentiroso!

Diz-me tua imagem a todo o momento

Não crês que possa ser amada

Adorada em nossos erros

Erros puros de criança

Que se machuca sem receio

Que caminha e cai

Sem arrependimento

Pois hei de vê-lo caminhando com o tempo

Desprendimento de uma vida

Ampla e sadia

Pediste um só desejo

Algo puro, um lampejo!

De um adorno

Como algo que se tornasse bruto

Em ouro

De maior quilate

Ourives que vive e se debate

Em frase,

Como se o universo pudesse confeccionar

Uma infinita estrela

Pensei em uma estrela

E mil destas quis te entregar

Fiz pingentes de destreza

Que esperam por te acompanhar

E iluminar tua vida

Pois és linda,

De se adorar

Adorar-te ainda menina

E menina sempre te amar

Confirmada em um gesto consensual

Continuada de muitos meios

E a pedir-me que pudesse aferir

A aliança que selasse o nosso amor

E fazei-lo ainda mais florir

Pediste-me criatividade

Não me concebo de habilidade

Um anel, uma circunferência...

Como poderia retratar toda sua excelência

Não pude continuar!

Diferentemente de todo o teu meio

Em que as mãos articuladas criam imagem

Peça-se um “Sonic” e voalá!

Assim o retrata

Em viagem

Conceberá

Tuas mãos em minha lapela

Recriam faces

Do rosado que por um beijo apela

O arrepio de teu toque me pela

É dela...

E a ela

Em que vejo todos os dias de luz

Capelas cheias de flores

Em que se traduz

O amor de Mitiko

Vício,

A cada dia que passa

Mais me induz

Como aquela

Que a minha vida conduz

Em que apenas o perdão

Pode tirar-me a expressão

Desolada

Da vida retratada

Em dias de julho

Que em presença me trazes,

Pela beleza do teu amor.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 13/12/2010
Código do texto: T2669455