FINAL DE TARDE

“FINAL DE TARDE”

Quando lhe olho

O olho salta em revista

Vejo a ti e não temo o tempo...

O receio é o medo de despistar a tarde

Lhe quero como a um final de dia

Lilás que arde

Em chamas em meu peito

Quando me chama, creio...

...o vento para amar-lhe

O amor não mais seco

Que em Cíntia recebo

Em forma de arte

Luz de doce vulto

Para que não se note

Minha ira vencida

Do amor que retorna

E que pelas nuvens

Não se descarte

Como quando parte o passaredo

Amor tormento

De seus enlaces

Lhe amo e entendo intenso

O amor que nunca prescreve

Que é greve em fome

Em alimento oculto

Que é muito

Mais do que sulco

Que envolve todo o sistema solar

Em sua direção

Que é suco

Nos beijos que se abrem

Em forma de néctar

Para que minha existência

Vigore em partes

Cúmplice de meus pensamentos

Para a solidão de um desterro

De um erro que não se cale

Mais...

Que um consenso

Para um recado do mais bonito

Vale...

Verdejante e revigorante

Como estar-lhe ao lado

Como a um vento

De final de tarde

Pecar ao apanhar a fruta

Para egoísta

Não mais dividi-la

A mais ninguém

Que vem em formato de acerola

Em pés de abóbora

Em “problema”

Que só me traz o bem

Desdenho o amor

Pois o amor

Não se consola

Para meu coração que se excita

Para aquele que revisita

Um confissão bela e figurante

Amante...

Que encerra minha vida em sempre

Rente ao perigo de amar-lhe

Vivo por todos os medos

Traduzo-os em seus cabelos

E em beijar-lhe a face

Em provar-lhe a cada nova manhã

Na forma de um abraço

Em que se abre

E para que mártires

Sua vida se passe,

Junto a mim.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 13/12/2010
Código do texto: T2669453