FINAL DE TARDE
“FINAL DE TARDE”
Quando lhe olho
O olho salta em revista
Vejo a ti e não temo o tempo...
O receio é o medo de despistar a tarde
Lhe quero como a um final de dia
Lilás que arde
Em chamas em meu peito
Quando me chama, creio...
...o vento para amar-lhe
O amor não mais seco
Que em Cíntia recebo
Em forma de arte
Luz de doce vulto
Para que não se note
Minha ira vencida
Do amor que retorna
E que pelas nuvens
Não se descarte
Como quando parte o passaredo
Amor tormento
De seus enlaces
Lhe amo e entendo intenso
O amor que nunca prescreve
Que é greve em fome
Em alimento oculto
Que é muito
Mais do que sulco
Que envolve todo o sistema solar
Em sua direção
Que é suco
Nos beijos que se abrem
Em forma de néctar
Para que minha existência
Vigore em partes
Cúmplice de meus pensamentos
Para a solidão de um desterro
De um erro que não se cale
Mais...
Que um consenso
Para um recado do mais bonito
Vale...
Verdejante e revigorante
Como estar-lhe ao lado
Como a um vento
De final de tarde
Pecar ao apanhar a fruta
Para egoísta
Não mais dividi-la
A mais ninguém
Que vem em formato de acerola
Em pés de abóbora
Em “problema”
Que só me traz o bem
Desdenho o amor
Pois o amor
Não se consola
Para meu coração que se excita
Para aquele que revisita
Um confissão bela e figurante
Amante...
Que encerra minha vida em sempre
Rente ao perigo de amar-lhe
Vivo por todos os medos
Traduzo-os em seus cabelos
E em beijar-lhe a face
Em provar-lhe a cada nova manhã
Na forma de um abraço
Em que se abre
E para que mártires
Sua vida se passe,
Junto a mim.