colher de chá
não posso recolher o teu sorriso
numa colher de chá
(e ingerir pra levar comigo)
e beber pra me acalmar,
mas posso me aquietar
com a tua satisfação
quando vens e me olhas,
e, numa degeneração comportamental,
me levas do estado de espírito mau
ao bom, como se vai
do Leme ao Leblon
ou da Terra à lua,
quando isso é necessário;
eu – esse escritor otário,
ou, como dizem, menor
que só fala de coisas simples
ou mesmo sem profundidade,
como se fosse a saudade
algo não tão complicado
ou simplesmente comum
como uma colher de chá...