colher de chá

não posso recolher o teu sorriso

numa colher de chá

(e ingerir pra levar comigo)

e beber pra me acalmar,

mas posso me aquietar

com a tua satisfação

quando vens e me olhas,

e, numa degeneração comportamental,

me levas do estado de espírito mau

ao bom, como se vai

do Leme ao Leblon

ou da Terra à lua,

quando isso é necessário;

eu – esse escritor otário,

ou, como dizem, menor

que só fala de coisas simples

ou mesmo sem profundidade,

como se fosse a saudade

algo não tão complicado

ou simplesmente comum

como uma colher de chá...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 12/12/2010
Reeditado em 12/12/2010
Código do texto: T2667783
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