Quantas vezes?
Quantas vezes eu morri em teus braços,
na ternura, no furor,
despindo-me inteira num olhar incisivo, ativo,
acorrentando-me aos teus caprichos de amor.
 

Sonegação de sentidos nos gritos madrugada a dentro.
Pensamentos em desalinho num ninho de rebentos, prazeres,
em teus e meus quereres...
 

Quantas vezes me açoitavas a língua faminta, sacana,
percorrendo-me o corpo introduzindo-me com calma, devastando-me a alma.
 

Absolutismo oculto ou exposto,
na composição do desejo fragmentado.

Atentado ao pudor despudorado
em cartéis redimensionados, compulsão.

Colisão de rotas, fracionadas na tentação,_ no tesão!
 

Ardendo-nos, compondo-nos insensatez de profano descuido.
Reacendendo acasos, coibindo a saudade no laço do abraço apertado,
Faminto de bocas, de coxas, de corpo...
Quantas vezes!
Edna Fialho
edna fialho
Enviado por edna fialho em 12/12/2010
Reeditado em 30/08/2012
Código do texto: T2667688
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