TRAVESSIA DA METADE

Fico aqui me perguntando,

Quando nasceste em mim.

Quantas vezes te vivi,

Palpitante e rebelde.

Feito um menino travesso,

Grudado na minha pele,

Que não fala ainda direito.

Mas sempre diz: Não, não, não!

E explode aqui no meu peito,

Junto ao meu coração.

Vontade de aconchegar,

Ou te amar, nem sei direito.

Minh’ alma te sentia,

E o sonho te conhecia,

Tanto que quando chegou;

Minha vida já sabia,

Da chegada de um anjo.

Para fazer travessia,

Nos rios do meu coração.

E apresentar-se então,

Na tela da alegria.

A tela onde escrevi,

Em vários tons de dourado.

O teu nome no passado.

Sempre esperando por ti.

Você chegou meu amor.

Meu peito prevê a dor,

E ameaça explodir.

Pois sabe que por aqui,

Você está de passagem.

E toda a felicidade,

Que hoje eu possa sentir,

Vai ser chamada saudade.

A metade da metade,

Sem amor para existir.

Cler Ruwer
Enviado por Cler Ruwer em 12/12/2010
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