TRAVESSIA DA METADE
Fico aqui me perguntando,
Quando nasceste em mim.
Quantas vezes te vivi,
Palpitante e rebelde.
Feito um menino travesso,
Grudado na minha pele,
Que não fala ainda direito.
Mas sempre diz: Não, não, não!
E explode aqui no meu peito,
Junto ao meu coração.
Vontade de aconchegar,
Ou te amar, nem sei direito.
Minh’ alma te sentia,
E o sonho te conhecia,
Tanto que quando chegou;
Minha vida já sabia,
Da chegada de um anjo.
Para fazer travessia,
Nos rios do meu coração.
E apresentar-se então,
Na tela da alegria.
A tela onde escrevi,
Em vários tons de dourado.
O teu nome no passado.
Sempre esperando por ti.
Você chegou meu amor.
Meu peito prevê a dor,
E ameaça explodir.
Pois sabe que por aqui,
Você está de passagem.
E toda a felicidade,
Que hoje eu possa sentir,
Vai ser chamada saudade.
A metade da metade,
Sem amor para existir.