NOVAMENTE O AMOR

"NOVAMENTE O AMOR"

Os meus pés

Passaram pelo tempo

Pelas muitas culpas

Que inexplicavelmente amei

Pesaram na fuga

Resgataram favor

De um valor recorrente

Como os pulsos

Que pulsam por corrente

Reti-me presente

Ao decente amor

Senti naquele modo

O sacado horror

Posto sem colo

E meus pavores incogruentes

Foram tomados de insatisafação

A satisfação de não anular

A emoção de amar, amar

E não parar

Em acreditar

No amor de gente

Leme que me trouxe

O empossar

Mais do que tomar,

À frente e se enfeitar

Ao olhar a rua escua

Dár-lhe as curvas

Em torca do pescoço

E salvando-se poderoso

A jigular

Conta todos as direções

Que provou,

Dissipas o vapor

E se eleva ao encontra da atrocidade

A felicidade dos mortos

Que em sua condição

Voltam a serem amados

Castos por manterem seus corpos

Saudosos do amor

Gotículas puras sem liberdade

O sangue das cutículas originam

A minha saudade

Afague meu medo

Mesmo que também tenhas medo

Mesmo que a esperença

Transforme-se em tempestade

Astúcia, se forma...

Fosse morta

Não se colocaria à prova

Em que se choca

Com a cama tolhida

Colida-se com a lúdica música

Que se contanima

Com o lazer dos meus ouvidos

Interfiro no rumo

Ao dizer ao filho

Ide ao mundo,

Solta-te para que te prendas

E que só entenda

Que incondicionalmente

Não teremos liberdade

Não se repreenda

Ao se desconhecer

Os conhecidos quatro elementos:

Flor, cujo subtítulo é rosa;

Rua, cujos pés nas pedram se corta;

Cumplicidade, onde a falência é corda

E finalmente, a mente,

Que do amor,

Não recorda.

Pântano,

Relâmpago!

Aonde vou?

O repouso do choro

Cobre a que rosto

Fosco de brilho

e indo ao trilho

Da reparação

Ao rementar-se no reparo

Repousa o coma

Em confissão

Passa o tempo

Em suas esquinas

São duas meninas

Na manhã que repenso

Cigano calçado

Descalço deforma

Contradiz-se,

Repola,

O quadril em desespero

São quão ilusão

O pão adorado

Devora-se embolorado

Estilhaçado,

É o cenário

Que se avizinha

Frente à frente,

A partilha e o amor

O coração e o reparador

Diário,

Sonhado,

O amor não se rende

Ao caminhar nesta direção

Tive as plantas dos pés tocadas

Amei este chão

Como quando alguém

Reencontra o passado

Transformando a energia

Para o repouso que se pretendia

Saber

Os pedaços por que pisei

Não contaram arrependimento

Mostraram-me força

Para que não se descreia

Por mais frágil

Que se parece

A teia que nos envolve

É forte

Por mais poderoso

Que se entenda

O aço retorna

Quando seu fim chega

O mastro se eleva;

è grandeza

Independência se há bandeira?

É simplório

Já que precisa de lastro

Novamente deitar-se

E confrontar-se com o amor

Amanhecer com o hálito abrasivo

Da paixão em libido

Desvendado e jamais vencido

É no amor que viajo

Suplico ao presente

Rente ao caminho

A presença de alguém

Recrimina a porção

O pólen é precipício

Ficando ao seu lado

O fecundo solo torná-se estéril

O carbono passa a ser um mole regresso

Ao choque que igualmente aborta

O diamante,

Um ágil ator

O copo o presságio

De um óleo corredor

Fecunda é vida

Que escorrega

Na teimosia

Que dizia aos Santos

Que apela,

Graças, por novamente

O amor!

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 10/12/2010
Código do texto: T2664544