AMOR
“AMOR”
Sim, o quê nos fez o amor?
Como esquecer algo que só,
Não se esquece...
Que se tem presente
Mesmo quando dissidente
Que inebria e compadece
Que revigora e favorece
Que distante é enérgico
Ao mesmo tempo, que enlouquece,
É desigual e se concede
Distraído,
É atraído,
Ao que bom que se recebe
És o começo, e o fim,
Universo que sempre vazio
Agora espontâneo
Faz-se ausente e traído,
Em seu gemido de:
“Amor, te quero mais!”
Se retraído é distraído,
Atraído...
Pelos suspiros em que me pego
Mais e mais...
Onde céu é comprido
Império dos que se conclamam capazes
Em frases de bons princípios
Propícios aos que não se preservam demais
O amor que vive
É virgem
Sem lapso...
Chacal dos incrédulos
Não laico o tempo
Do amor perene
Em seu sentimento
Pune de comedimento
Ao que se expande
Alicia o universo
Eu que quero sempre
Que não te ausentes
Pois enfrento o amor para sempre
De frente a todos que de mim reclamam
Que sou tão imprudente
Que ao feri-los, sou depoente...
Em frente do amor que me mentem
Pois todos os tolos ignoram
Que a cada dia é mais crescente
O amor é paz e frio
É de mil posições
Corações opostos
Expostos em meio a tanto amor
O amor egocêntrico
Ventrículo de que se compõe o amor
O amor deposto
Não é posto de lado
Violado,
Não se retrai
Idolatrado
Não se distraí...
Desvencilhado é pacto
É ato
E fato
Incontrolável
Indelével porque não se repreende
Ainda que de todos só se tenha o decoro
Mesmo que todos se ponham em coro
Mesmo que todos me condenem
Mesmo que penem, em seu dissabor.
Que repensem!
Seus penhores
Em seus horrores de gente
Mesmo que eu seja falado
Falho e desvalido
Lido com a agrura dos loucos
Em sua fúria desmedida.
Falado por todos aqueles
Que não se dão ao respeito
Eu não entendo
Porque não nos deixam em paz?
Não me traí por medo
Não me repeti por defeito
Apenas é claro
Por seu lado
Que me querem refém
De uma culpa que não cultivo
É dado a mim,
O livro
Onde se lê que o livre arbítrio
É mítico
Pois é para Michiko
Que vivo!
A certa altura,
Todas as turras hão de sucumbir
E nada haverá de inibir
A dose de amor mais puro
A frase de amor mais lúdico
Único pelo o tudo
Que se sentia
É de Cíntia
Todo o meu amor
Não te ter
É como parar de crer
É como deixar de se ver
Todo o teor das mentes
É como deixar
De viver os dias crescentes
Que convincentes, se aproximam...
É como padecer
Para o mundo
É como enaltecer
Sem se contemplar,
Abstrair-se do profundo
É como ter a alma disposta
Em botões de rosas
Sem a glória de dias tão presentes
É ignorar todo o sentido das coisas
Não mais implorar
Mais por dias tão quentes
Ao passo que te encontrar
É alegria sem fim
É o riso de um “sim”
É toda a vida que revigora
E que retorna ao reflorir,
Se estiverdes ao meu lado
Se tu me quiseres
Ao seu encontro
O tempo todo
Não mais haverá intempéries
E todas as espécies serão mais sadias
E felizes!
Não te toques
Com amarguras e culpas
O amor sincero somente é puro
E Deus o abençoa
Soa pela música dos ventos
Que purificam o nosso amor
Ao crescermos
Nos multiplicamos
E em teu ventre
É recontado o louvor
Deste dado momento
Se para ti dou-te minha vida;
Se para mim renego-me a existência
Pois qualquer que seja seu sofrimento
É sintomático meu estupor
Entendas que és bela de todas as formas
Tens uma alvura indomável
Possuis a postura dos intocáveis
E de todos os seres
És o mais amável,
Afável ao extremo,
E centro do universo
De onde retiro todas minhas forças
Por seu amor...
...Não temo mais os dias
Espero ansioso por cada um deles
Enquanto todos os outros
Que a cortejam
Vencem a aurora
Para que iluminem sua vida
Mais que sempre
Saiba, Cíntia,
És majestosa
Mimosa...
Como o jasmim,
Mais pudico
Liberto de toda a maldade
Severo de toda a beldade
Dos seus olhos que se atiram
Em destreza a um vôo ávido
Pela certeza do nosso amor!
Ao morrer supus estar vivo
Pois vivi e viverei em saber
Que ao viver fui apenas alvo,
De se estar salvo
Pelos braços
Que me ampararam...
Em seu amor
Porque,
Ao renascer revesti meus passos
De passado
Onde pude novamente te conhecer
Conceber...
O que jamais,
Pude esquecer
Pois estava e estou condenado
Para que jamais,
Venha a te perder.