O amor quis me dar as mãos
Minhas mãos
Ninguem para tocar
E sentir o toque
Do bem querer.
Meus olhos
Ninguém para vislumbrar
Seu brilho
E a chama do amor.
O amor chamou-me
Mas ninguem ouviu
Esse chamado.
E eu confesso
São tantas noites vaziaz
Taças de vinho
E nenhum carinho.
Meus pés seguem
Ninguém para compartilhar
O caminho
Ou pedir, fique.
O amor tentou dar-me
As mãos
Mas não encontrou outras
Para compartilhar.
E eu confesso
Meu coração partido
E minha voz se cala
Num choro doído.
Meus dias arrastam-se
Ninguém para dividir
Os anos que se passam
E vergam-me a alma.
O amor deixou-me a merce
Do destino sombrio
A procura de um alguém
Que nunca existiu.
E eu confesso
Desolada neste canto
Que não possa mudar
Para mim a jamais disse-me sim.
O amor uma canção
Que nunca ouvi
O amor um calor
Que nunca senti
O amor que nunca me fez feliz!