Sem Sentido e Sem Razão...*
Sem sentido e sem razão
Eu procuro por palavras
Tal qual o ceifador que ceifa
Tal qual o lavrador que lavra
Mas palavras nunca são
O reflexo do intento
São retratos do momento
Em que foge a inspiração
Se não digo o que sinto
Não me julgue insensível
Já que ainda é impossível
Dizer todo sentimento
De meus amores levianos
De tantos outros ausentes
São lembranças fugazes
De meu jeito acaciano
Ao dizer o indizível
Ao penar o meu lamento
Não consigo, mas eu tento
Parecer um pouco crível
Se palavras não encontro
Não me torno irrefletido
È porque não há sentido
No que é inexplicável
Se puder ser imprudente
Sem compromisso com a norma escrita
Julgo somente o necessário
As letras que minha pena cultiva
Sem destino e sem fragor
E que retratam somente
A memória de um grande amor.
Ad majora natus
* Obra realizada em conjunto com a colaboração indispensável do amigo e jovem poeta Rafael Veloso