Seios de Donzela
Teus seios, meu anjinho
São pombinhas, que baixinho
Sob teu vestido de cetim
Palpitam virgens e orvalhados
Arrancando suspiros velados
Do coração de um jasmim.
São cisnes de brancas plumas
Brincando num mar de espumas!
São duas mimosas crianças
Banhadas de luz cristalina
Espalhando a fragrância divina
Num céu adornado de tranças.
Que morango, ou rosa
No céu de lua formosa
Arfam assim, tão docemente?
Que amante, cheio de amores
Pintara essas duas flores
Sonhando em amá-los, loucamente?
Desejados seios deste poeta!
Que dizem na alvura secreta
Do teu brando e lindo vestido?
‘’Amai-nos, bardo do amor...
Amai-nos, com puro louvor...
Amai-nos, perpetuamente contido?!’’
Quando os vejo, palpitantes
Esqueço meus devaneios errantes
Sentindo as delícias, desses lírios!
E, à flor do teu cândido véu
Vendo camélias cair do céu
Esvanece até meus martírios!
Oh! Quando em meu porvir
A gelidez, o rosto me cobrir
Quero em teus meigos seios
Morrer sorvendo o aroma
Que gostoso nas nuvens assoma,
Morrer feliz e sem receios.
Dionatan Rafael.