Seios de Donzela

Teus seios, meu anjinho

São pombinhas, que baixinho

Sob teu vestido de cetim

Palpitam virgens e orvalhados

Arrancando suspiros velados

Do coração de um jasmim.

São cisnes de brancas plumas

Brincando num mar de espumas!

São duas mimosas crianças

Banhadas de luz cristalina

Espalhando a fragrância divina

Num céu adornado de tranças.

Que morango, ou rosa

No céu de lua formosa

Arfam assim, tão docemente?

Que amante, cheio de amores

Pintara essas duas flores

Sonhando em amá-los, loucamente?

Desejados seios deste poeta!

Que dizem na alvura secreta

Do teu brando e lindo vestido?

‘’Amai-nos, bardo do amor...

Amai-nos, com puro louvor...

Amai-nos, perpetuamente contido?!’’

Quando os vejo, palpitantes

Esqueço meus devaneios errantes

Sentindo as delícias, desses lírios!

E, à flor do teu cândido véu

Vendo camélias cair do céu

Esvanece até meus martírios!

Oh! Quando em meu porvir

A gelidez, o rosto me cobrir

Quero em teus meigos seios

Morrer sorvendo o aroma

Que gostoso nas nuvens assoma,

Morrer feliz e sem receios.

Dionatan Rafael.

Dionatan
Enviado por Dionatan em 08/12/2010
Código do texto: T2660736