SEM MODO NEM FORMAS
Às vezes, me pergunto
O que você quer de mim.
O que você quer que eu saiba
Se você não sabe me ensinar
A viver esse amor sem dor.
Se você faz desse amor
Um amor impossível
Que se torna intranspirável
E dói sem ópio nem morfina...
Dói seco, quente como uma febre
Sem antitérmico.
Dói como se pertencer
A alguém doa, ou seja, uma prisão
Um exílio...
Eu não quero me dar
A um coração que só suporta o menos.
Que só sabe querer o pouco
Aos poucos...
Eu quero deste amor
A grande liberdade
De não ter modos nem formas
Para que eu possa me ser nele...