o verde dos olhos bem perto do mar.
Vem, mas vem sorrateiro, que eu te quero inteiro, pra gente amar.
Vem em mim, e me entra, e me ama, que eu te quero na cama, na areia e no sol.
e se areia me gruda, então me desnuda, sem pele e sem roupa, sem capa de chuva.
e então me agita, me chama inimiga, pra me perdoar.
e depois me olha, e rouba do mar todo o verde da água. Põe-me nos teus braços, me faz ninar.
Entra no meu sono, e sonha comigo, brinca de bandido pra eu me apegar.
E quando eu acordar, não vá embora, tira minha roupa, e me beija e não pára, pro tempo voltar.
...
E você veio safado, menino sarado do gosto de sal.
do jeito que gosto, me tirando a poesia no embaraço da rede... por dentro das ondas, matando minha sede.
Ah, Homem! Você me faz criar água pra embriagar.
Água de chuva que molha é de dentro e de fora (não me faz parar agora), devolve a poesia pro meu corpo me’olhar.
Ah! Esse moleque sem jeito, moleque salgado que brinca com o sapo, peixe, cobra e pica-pau. Do humor calado que altera de lado,do prazer sem pecado.
Pernilongo, xadrez e Rolling Stones.
e se o cheiro é do peixe, eu como a escama, alimento na cama, até naufragar.
e mastigo teu corpo, teu falo e teu gozo, mato minha fome, umedeço tua fome, mato meu nome, grito, me come... até saciar.
É homem-peixe: dono da chuva que dança na areia [atrás do universo].
Homem que traz a água de dentro da sereia; mulher que serpeia; entrega-me à bebida, suor, saliva e gota de lágrima.
Vem em mim Homem... e vem de novo, de olhar carinhoso, verde fogoso. Vem por inteiro, mas vem sorrateiro e devolve pro verde o mar que teus olhos roubou.
Vem Homem, mas sem a capa de chuva, e volta e me usa até acabar.
...
depois me beija e não para pro tempo zerar.