Perdão
Noite de primavera se revela em aquarelas de sabores.
Perdidos sem rumo, queríamos um resumo pra tanta solidão.
Já estava escrito era só prescrever pra depois,
muito tempo depois de se achar, se perder,
e mais adiante ler pra no futuro reler e sofrer.
 

Pensamentos incididos em você e em mim, era assim,
por fim, uma história sem fim, sem derrotas, sem vitórias.
As rotas todas programadas para serem alteradas no fim,
bem no fim de você, bem no meio de mim, bem depois de nós dois.
Quanta história, quanta estória!
 

Era setembro de um mês inteiro até abril,
quando a lembrança de você fugiu, enterrou-se, transmutou-se.
Quantos erros num roteiro de piedade, choros, comoção!
Quantos sofridos gritos, dilaceramento de almas, sangue.
Quanta ferida aberta sem precisão; _ acostumou-se!
 

Caladas lágrimas a escorrer feitos rios perenes,
que regam e secam ao decantado tempo, alento, apurar.
Erramos os dois não tem como negar, mentimos, sofremos,
não deu pra segurar a entrega, o esquartejar de um passado intenso,
propenso a se desintegrar quando a verdade chegar.
 

Hoje te peço perdão, perdoado estás da mentira mordaz,
porém meu coração não esquece teu olhar incinerado de dor,
de meses amante, errante compulsivo e risonho,
do que fomos um pro outro em escombros se transformou,
e a docilidade da voz, os beijos molhados... O tempo levou!
Edna Fialho
edna fialho
Enviado por edna fialho em 06/12/2010
Reeditado em 17/08/2012
Código do texto: T2656811
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