Visão do amor
Eu me apaixonei por um segredo,
pelo medo de me enganar, me perder.
Em páginas manuscritas criei linguagem própria, decantei,
e acordei os verões quando primaveras; _ recriei.
Asas ruflaram mundos desconhecidos,
anjos arpavam sonoridade lúdica, embebidas em vinho,
estímulos hipnóticos se deslocavam ao meu furor,
quando tua pele eu tocava enternecida de amor.
Olhar de ternura, beijo casto, doce, embriagante,
por um instante querer te adentrar, ser teu ser, me aclamar,
precipício de delicioso legitimar e querências constatar,
que o amor limpo é brilho de estrelas a brilhar.
Se no espelho d’água, um céu de sonhos agita a refletir,
delito, magia, onipotência, degustação e ardor,
eu me permito ser uma fada, ou feitiço de Áquila,
entorpecer e me firmar a _ “própria visão do amor”!
Edna Fialho