Eu vivo de ilusão
Eu vivo da ilusão do teu contato perdido.
Numa fração de segundos, esquartejo o porta- retratos
traço a traço embebedo-me de tua figura, fonte de vida,
vislumbrando um horizonte em traços, reescarno feridas.
Eu vivo de ilusão por ter na verdade o horror da dor.
O amor dissipado, engolido sangrando, calado,
que dilacera o ventre e me aborta do meu eu,
rotula-me em paisagem agreste a espera do que não aconteceu.
Ilusão desbotada do tempo de sofrimento em mantras
cantados e afunilados em permutas, perguntas sem respostas,
no ermo de uma vida perdida;_ pensamentos em desalinho,
escritos a sangue e punho, num envelhecido pergaminho.
Minha busca é a ilusão de ainda em ti apresentar puídas
linhagens das lembranças do tempo de alegria, frescor,
hoje transmutadas em angústias sentidas e remoídas,
carcomendo as desmedidas angustias,_ ônus desse amor!
Edna Fialho
Eu vivo da ilusão do teu contato perdido.
Numa fração de segundos, esquartejo o porta- retratos
traço a traço embebedo-me de tua figura, fonte de vida,
vislumbrando um horizonte em traços, reescarno feridas.
Eu vivo de ilusão por ter na verdade o horror da dor.
O amor dissipado, engolido sangrando, calado,
que dilacera o ventre e me aborta do meu eu,
rotula-me em paisagem agreste a espera do que não aconteceu.
Ilusão desbotada do tempo de sofrimento em mantras
cantados e afunilados em permutas, perguntas sem respostas,
no ermo de uma vida perdida;_ pensamentos em desalinho,
escritos a sangue e punho, num envelhecido pergaminho.
Minha busca é a ilusão de ainda em ti apresentar puídas
linhagens das lembranças do tempo de alegria, frescor,
hoje transmutadas em angústias sentidas e remoídas,
carcomendo as desmedidas angustias,_ ônus desse amor!
Edna Fialho