ESCRAVO DO CORAÇÃO
Haverá cena mais patética do que aquela encenada pelo apaixonado?
Haverá maior fuga do real e maior idealização?
Como pode, o apaixonado, até nos movimentos mais singelos do seu amor ver beleza?
No observar de suas pequenas mãos, nos seus menores sorrisos, na sua doce respiração...
E o coração bate e sofre, bate e sofre, sofre e bate
Simplesmente porque não desfruta do objeto de sua paixão
Seu destino é o sofrer
Sua vida é feita de suspiro e de anseio
O pensamento nunca está aqui, mas sempre distante
E por mais que pense ou tente raciocinar
O sentimento o tritura
Pobre daquele que se apaixona
Pobre e escravo de seu próprio coração