O Poeta e a Viola

Viola geme ao frouxo luar...

Fogueirinha crepita no chão...

Ao longe um galo a cantar...

Chora no peito o coração.

Dedilha o pinho o violeiro,

O instrumento preso ao peito...

Suspira a triste alma no terreiro,

Por alguém que já está no leito.

Cada moda é um sofrimento...

Sofre o pobre apaixonado...

Voa longe o pensamento...

Para ter perto o bem amado.

O olhar numa estrela distante,

Suspenso fica a sonhar...

Pobre poeta delirante!

Na madrugada a soluçar.

Quando a viola silencia...

Ele ainda geme de dor!

A saudade não alivia...

Chora o poeta por amor.