UM SORRISO

Viviam em conflitos constantes,

Nada serenava os ressentimentos,

Cultivadas por ódios acumulados,

Corações em fúria impenetráveis,

Mesmo que houvessem tentavivas,

E as razões vaidades e orgulhos.

Já tiveram intensidades no amor,

Seus corações viviam em euforias,

Pois se amavam olhando o entardecer,

E na noite enluarada beijos em transe,

Que culminavam com ardentes desejos,

E seus corpos se tocavam em volúpias.

Até que um dia uma Alma triste sussurou,

Olhem seus filhos que estão em lágrimas,

Pois choram em silêncio sem poder dormir,

Temendo represálias se fizerem opções,

Amando quem os gerou numa noite de amor,

Pai herói e a mãe tão meiga que idolatravam.

Sentem-se perdidos como uma náu sem rumo,

Pois o lar de antes onde sempre reinou o amor,

Num repente qual a fúria de uma tempestade,

Tudo levou e deixou sómente resquícios e ódios,

E agóra são reféns das tristezas que machucam,

Pois o céu de antes perdeu todos os encantamentos.

Assim a mãe que age sempre com a magia do amor,

Resolveu tocar a sensibilidade do pai insensível,

E num gesto de ousadia mostrou-lhe as razões,

Pois seus filhos estavam perdendo suas referências,

Podendo derivar para outros caminhos indesejáveis,

E se cobranças existirem no futuro seriam doloridas.

Num repente um sorriso foi se acentuando numa face,

E a outra numa reciprocidade em lágrimas também sorriu,

E numa magia como se fosse uma transfusão de amor,

Abraçaram seus filhos numa comovente sintonia familiar,

E todos alegres promoveram um reencontro delirante,

Pois naquele lar sorrisos e encantos voltaram a acontecer.

04-12-2010

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