POESIA COMPLETA

Se te chamou a atenção

O meu jeito de ser,

Ora, anjo, o que dizer

Da verdadeira fascinação

Que consistiu em encontrar-te?

Como estar sempre contigo

E não ter o bem de amar-te?

Pensaste ser eu sério demais,

Nem percebeste o bom humor

Que tenho e tanto me apraz.

Também eu não ouvira tua voz,

Nem vira teu rosto, até então,

Mas sei que ao meu coração

Falavas todos os dias.

Se, em silêncio, te ouvi, muita vez,

Por perceber que palavras não te ajudariam,

Elas apenas, ao certo, aumentariam

A angústia que de ti se acercava,

Mas sabes que, sempre que eu precisava,

Muito de bom a tua amizade me fez.

Se viste os meus braços como de um anjo,

Ao dar-te o amparo, quando a vida maltratava,

A tua alma, toda a ternura me dava;

Se eu sofria, tinhas o perfeito arranjo.

Nossas noites sempre começavam

Com a conversa de amigos verdadeiros,

Em que confiávamos um ao outro nossa alegria,

Nossas dores, as coisas do cotidiano,

Sempre ao som de uma boa música

E com a leitura da mágica poesia.

É fato, a poesia se modificava,

Aos poucos, tanto a tua quanto a minha,

Falando, no início, timidamente,

De um amor que, forte, se alicerçava.

Tentas identificar o exato momento

Em que se deu o nascer desse amor,

Fazes, então, algumas conjecturas,

Mas sabes que, na vida, as coisas mais puras,

Têm tanto encanto, um tal esplendor,

Que não se pode definir um sentimento,

Nem, tampouco, precisar o seu começo...

Musa, o que verdadeiramente importa ao teu poeta

É saber, não o momento em que esse nasceu,

Mas ver que, desde então, muito ele cresceu,

Tornando, em ti e em mim, a poesia completa.

Eita que dupla faceira

o Mário e a Soninha

esta dupla é de primeira

o Mário Rei, ela a Rainha!

(Castelo Sá)

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 04/12/2010
Reeditado em 22/12/2010
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