PARÁBOLA
“PARÁBOLA”
Existe jeito e formas
Uma se contorna
À outra, se conforma.
É mata em léu de medo
Desespero que o céu desaprova
Contagem a seco
Para olhos de dias mais vermelhos
A flor em pele:
Reze ao somar
O esperar e o desespero
Respeito do ar,
Meu viveiro
Que hoje sorrateiro
Foi trigueiro
E o vespeiro,
Que deformou meu desejo
Ímpeto de mais que milênio
Eu sou o herdeiro
De mim por eu mesmo
Fecho meus poros,
Minhas reprimendas,
E as emendas
Contornos de mesa
Seja para mim
Ou para adornos de queixas,
Que nos comem por inteiro
Para que dome
O que fui, ontem cedo,
Tenho apenas
A pena de um não
Não mais companheiro
Que um peito despudorado
Desapontado, desabonado,
Doutora de seu tormento
Dona de casa
Vaza-se de senhor
Em se bebendo
Da amizade da carqueja
Que almeja
Curar-nos por inteiro
Quem se queixa do amor
É o nó que a si mesmo
Retenha pelo medo
O veio da sopra
A copa,
Do aborrecimento
Apodrecimento
De um sol,
Em que creio
Trazer o defeito
O efeito,
De não iluminar
Seu corpo
Por inteiro
Tinteiro selando a partilha
Ao recrutar o papel lameiro
Vai-se pela trilha
Que fita
Anular aflita,
A pecha de um amor
Para apenas um,
Ser verdadeiro
Que vai ao rebento
Do tempo,
Arrependimento
De um coração prisioneiro
Evento de verdade sua
Que suma com aquela uma
Que de única,
Tornou-se o castigar
De qual me enfeito,
Do vento,
Arrefecendo
Aprendizado de um elemento
Daquele que fez do desejo
O pacto factual
De seu despejo
Ao medo deixo
Os meus ‘não vens?’
Ao meu queixo
O feio dos bens
Que são mais
“Heins”
Quando menos se tem.
Eu sei que incapaz,
É mais,
Quem a ele se retém
Vem que amar
É um bem imponderável
De água insalubre para potável
Em que mato o desdém
Em que permaneço
Frescor de receio
Que vem calar-se,
Flor que desabrocha
Que cobra da encosta
Uma orla pecaminosa
Mimosa com a rosa
Lato sensu
Sua glória,
Que mesmo sendo nova
Não se importa
Com os meios,
Que ao fim detestei!
Eu sei,
Fúnebres olhos
Eu decoro
Todo o luar que desdenho
Venha do encontro de meus braços
Como cancela que separa os mortos
Para que os novos
Renasçam de nós mesmos
Cada qual vem de seu caminho
Separar-se a folha do lírio
E o filho do rito
É um desigual descaminho
É um mal que se atormenta,
Do mito
Em que a serena confissão
Não irrita o precavido
Ao dizer-lhe, não!
Que imita o desvalido
De ir, o peregrino,
A lhe entregarem a perdição
A permissão,
Da coação.
Convulsão
Confusões são os amores
Que desaprovam
Quando se fixam no chão
E se dão mostras
Que a vida
Os querem apenas vãos
Atentam a moda
E a sobra
Do que tivemos então
À apenas se contornar
As mãos
Para a desforra
De uma nova direção
Visão de lamúria
Não mais de quem
Ao amor se vem
Fosse o bem,
Novamente
O sentiria presente
Que vou a quem se comporta
Parábola que não se ignora
E que se renova como flora
Que há seu tempo desvirginou.