DELÍRIOS  
 
 
Sufoca a pele no ar quente da noite,
nenhuma brisa anunciada,
os grilos cantam sua dor.
Onde estão os sapos? besouros estáticos esperam.
Pernilongos sugam sangue novo.
O suor não escorre,
desliza sonolento pelo corpo melado.
Melindra a dama-da-noite, decide esconder seu perfume
para não sufocar as narinas secas.
Dessecadas, as rugas rogam por água,
quem vai dar refreco? o fimamento mais tarde,
quando as horas lentas chegarem ao pico do relógio
e o cuco preguiçosamente dar suas badaladas
acordando a brisa.
Será que desperta a brisa? uma marola pode decidir a sorte.
Por enquanto: apaguem as luzes!
 
 
Jataí-GO
19.11.2010